Como melhorar os Comitês de Calibração da Avaliação de Desempenho, mesmo que você (Profissional de RH) não tenha muita experiência na condução

RH, você já participou daquele comitê de calibração que no final, os gestores trouxeram mais percepções de cunho pessoal do que embasamento na avaliação de desempenho?

Pois bem, o que eu trouxe aqui vai resolver esse problema, então fica comigo até o final desse artigo.

Para quem ainda não sabe, os comitês de calibração servem para discutir o desempenho dos avaliados e retirar possíveis subjetividades e erros na avaliação de performance.

Nele é possível identificar dois tipos de gestores: os que são mais críticos, que são mais duros no processo de avaliação; e os que são mais mão leve, gestores mais suaves e até paternalistas.

Outra proposta do comitê é garantir que todos os colaboradores foram avaliados com os mesmos critérios. Porque alguns gestores vão querer avaliar com um critério e outros vão medir com indicadores totalmente diferentes.

Em qual momento

O comitê deve ocorrer logo após a avaliação de desempenho, mas antes do feedback e construção do PDI (Plano de Desenvolvimento Individual).

Seguir essa sequência é importante, visando o não retrabalho de dar o feedback e construir o PDI antes da calibração e com isso, ter que mudar o discurso com o avaliado.

Principais ganhos

 São vários ganhos que a empresa tem em implementar o Comitê de Calibração, mas aqui vamos listar os dois principais:

        1 – Avaliadores têm novas ideias e percepções do desempenho e potencial dos liderados, através das contribuições de pares, direção e demais participantes do comitê;

        2 – Troca de experiência e visões diferentes da liderança, gerando enriquecimento e amadurecimento para as próximas avaliações.

Quem participa

A estrutura do comitê, normalmente, é composta dessa forma: RH + Gestor da Área + Gestores Pares (da mesma área/departamento) + Gestor dos Gestores.

No exemplo abaixo, trouxemos um comitê onde os avaliados que estarão em discussão são os analistas financeiros.

Com isso, o comitê é estruturado como mostrado na imagem abaixo:

Como justificar a calibração das notas

Uma das premissas do comitê é fazer as justificativas das notas evidenciando comportamentos, ações, exemplos práticos e questões situacionais.

Por exemplo: se um colaborar ficou plotado no B9 e meu par, ou meu gestor, acha que não é compatível essa pessoa ficar nesse quadrante, é necessário que essas pessoas (par ou gestor) tragam exemplos práticos de comportamentos e evidências que justifiquem tal mudança.

Tempo de duração

O tempo de duração do comitê vai depender da quantidade de pessoas que estão participando, mas normalmente, é em torno de 1h30 até 2h00.

Pode ser que dure um pouco menos, mas o recomendado é que não ultrapasse duas horas. Porque acaba ficando muito cansativo e as pessoas podem perder o foco.

CheckList do RH

Sempre quando o RH for estruturar um comitê de calibração, é importante se atentar em alguns pontos, como:

·        Agendar com antecedência o comitê e reservar na agenda de todos os participantes;

·        Estruturar a pauta de expectativas;

·        Assegurar que todos os gestores tenham preenchido as avaliações de seus liderados;

·        Levar todos os resultado e notas atribuídas pelo gestor dos colaboradores avaliados.

O pulo do gato

Na hora que forem discutir os resultados dos avaliados é importante dar a voz primeiro para os pares dos avaliadores, pois assim terão as percepções diferentes antes de ouvir o próprio avaliador.

Mas, por quê?

Acontece em alguns casos, o gestor imediato ser muito persuasivo e talvez durante sua fala, pode haver certa “manipulação”, no sentido de influenciar os outros gestores.

Por isso, a importância de primeiro passar a fala para os pares desse líder para depois ele dar as percepções e contribuições.

Considerações finais

Estruturar um comitê de calibração é bem mais simples do que se imagina, não é verdade?!

Seguindo esses passos, sem dúvida as reuniões de calibragem vão ficar mais produtiva e assertiva e isso, vão trazer um ganho exponencial para o processo de avaliação de desempenho.

E quem ganha nisso?

RH, Direção, Gestores e todos os avaliados.

É o famoso ganha-ganha, que no final a empresa é a principal beneficiada.

Edgar Nascimento é Administrador de Empresas com Pós-Graduação pela Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) e Especialização em Educação Corporativa pela PUC-SP. Um dos maiores Especialistas de RH do Brasil, responsável por formar mais de 5 mil alunos e atuação na implementação de projetos estratégicos de RH. Membro e Facilitador de Grupos de Estudos da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos) com Certificação em Coaching e DISC. Escritor de 2 Livros de RH e atualmente possui mais de 28 mil seguidores no LinkedIn.

Compartilhe

Índice do artigo

Posts relacionados